... odeio quando as pessoas dizem que ouvir Maria Rita é como ouvir a Elis... e o que me dá mais raiva é saber que, por ser filha, ela poderia ter ao menos um pouquinho da energia da mãe, ou pelo menos parecer se importar com a música que está cantando, vai...
Porque se tem uma coisa que a Elis fazia, e muito bem, era cantar com energia, com alegria, com vontade.
Não basta ter uma voz absurda - que ela tinha, diga-se de passagem, já que, segundo meu pai, dava pra afinar piano com a voz dela. Todos conseguimos lembrar de cantoras com belíssimas voz mas muito sem-sal, borocochô...
Não é o caso da gaúcha Elis Regina Carvalho Costa, apelidada de "pimentinha" por Vinícius de Morais.
Essa mulher era foda. Cantou músicas e fez interpretações que entraram pra história.
Escolher uma dela sempre é difícil, mas vamo lá: como estamos falando de mulheres hoje, e praticamente todas as mulheres da minha família se chamam "Maria", não preciso ir muito longe pra escolher "Maria Maria", do Milton Nascimento.
Bela música, belíssima interpretação da Elis no festival de Montreux, junto com as músicas "Ponta de Areia/ Fé Cega" e "Faca Amolada".
Não é das mais elegantes aparições de palco da história, pelo contrário. Mas a voz e a vontade superam qualquer deselegância da baixinha que mudou o rumo da música brasileira.
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